Idade Média, ano de 1140. Época em que uma série de problemas sociais afligia os reinos europeus, entre eles, a política praticada pela nobreza e pelo clero romano-católico. Esse caos era manipulado pela Igreja, que incitava uns contra os outros no intuito de mantê-los frágeis e dependentes, permanecendo, assim, sob o seu controle político. À plebe, restava a dor, a miséria, o pranto e a tentativa de sobreviver em meio ao inferno causado por interesses diversos. Nesse cenário de pobreza vivia a família de Ciro Vespasiano, filho de Giuseppe e de Angelina, que foi rejeitada por seu pai — o poderoso Giovanini Neri — por ser deficiente física, e que era humilhada pelos moradores da região. Tudo mudou na vida de Ciro com a morte de seus pais, quando no cemitério, conheceu o misterioso Senhor da Longa Capa Negra, que vivia no mundo das trevas por conta das aberrações cometidas enquanto viveu no plano terreno. Montado em seu corcel negro, deu a Ciro um anel e abandonou na beira da estrada sua capa, que o jovem de 15 anos levou consigo após ouvir do cavaleiro que deveria tirar tudo o que pudesse do padre Benini, o condutor da paróquia local que passaria, então, a ser o seu tutor. Sem entender o porquê daquilo, Ciro, que estava de partida, voltou à paróquia, conheceu a jovem Mariana, por quem se encantou, e seguiu para Bolonha, na companhia do bispo Benini, que decidiu fazer do garoto seu discípulo e herdeiro de sua grande fortuna.