Cecília se rebela contra sua vida na «masmorra»: a casa que divide com a sogra ciumenta, o marido insípido e dois filhinhos. Como qualquer mulher que não nasceu Amélia, essa «Madame Bovary da rua das Marrecas sonhava com uma existência mais larga, a independência da mulher elegante e rica, que sai só, vai a teatros e alimenta a corte ardente de muitos admiradores». Conseguirá ela livrar-se das amarras patriarcais de um casamento insosso e do duplo jugo da mãe ambiciosa e da sogra conservadora? Um retrato desabusado do que era ser mulher em uma sociedade (ainda mais) dominada pelos homens, escrito por uma das mais corajosas e influentes jornalistas do começo do século XX, convenientemente "esquecida" da lista dos grandes escritores brasileiros. Carmen Dolores é o pseudônimo mais conhecido de Emília Moncorvo Bandeira de Melo, uma das escritoras brasileiras mais representativas e influentes do início do século XX e também pioneira na luta pelos direitos femininos. Em uma época em que mulheres sequer podiam votar, Emília tratou de temas incendiários com escrita incisiva e corajosa, como o direito ao divórcio, à educação e o acesso igualitário ao mercado de trabalho.