O antropólogo Gilmar Rocha faz uma grande viagem e leva o leitor a descobrir como é o cotidiano do Grande Circo Popular do Brasil (Marcos Frota Circo Show), que hoje é um dos principais exemplos brasileiros do chamado “novo circo”. Esse conceito diz respeito a uma nova forma de fazer o espetáculo, que mescla elementos de tradição e de modernidade, os quais o autor expõe ao longo do livro.Durante um período de aproximadamente um ano, Gilmar acompanhou os trajetos do GCPB pelo Brasil, estando presente, junto com os circenses, em nove cidades em que o circo foi montado. Nesse tempo, o autor pôde observar como se dá a questão hierárquica do GCPB, dividido entre o pessoal administrativo, o pessoal técnico ou de apoio e os artistas e suas famílias; como ocorrem as constantes viagens para realização dos espetáculos; como é a relação com o público; como se dão os processos de montagem e desmontagem; além de compreender a multiplicidade de sentidos que a categoria fazer adquire: “fazer a praça”, “fazer o pano”, “fazer amizades”, “fazer carreira”, “fazer o nome”, “fazer o número” e “fazer o corpo”.O circo é uma construção narrativa, resultado de modalidades discursivas múltiplas (oral, visual, gestual, corporal e textual) – uma construção social e histórica. Ele se “faz” e refaz cotidianamente, na medida em que está em constante viagem, e talvez nisso consista a sua “magia”.