A Nova Crise da Hegemonia Americana desvenda as raízes da desordem mundial contemporânea, marcada por golpes de estado, "revoluções coloridas", jihads e "guerras por procuração", a gerar milhões de desabrigados, para não falar nas guerras comerciais e monetárias, sanções econômicas, sequestro de ativos e no aumento do desemprego, da pobreza e da concentração de renda. Com riqueza de informações, descreve o declínio da hegemonia americana no pós-guerra, que desembocou na crise do dólar de inícios da década de 1970. A moeda americana, contudo, foi salva pela brutal elevação das taxas de juros de fins de 1979 e pela subsequente recuperação econômica, no bojo da "Reaganomics", da financeirização da riqueza e da revolução tecnológica da microinformática. O fortalecimento da posição norte-americana, resultado da agressiva política do presidente Reagan e da crise da dívida externa dos países do Terceiro Mundo, entretanto, não foi suficiente para evitar o recuo adicional do dólar. Somente com o desmantelamento da URSS é que, na década seguinte, assistiu-se à efetiva retomada da hegemonia americana, com o fim do nacional desenvolvimentismo, a universalização da ideologia neoliberal e o fortalecimento do Rei Dólar. Não obstante, os EUA e seus sócios do bloco do poder mantiveram-se submetidos à lógica da desindustrialização, a solapar sua posição hegemônica, com a emergência de novas potências industriais, particularmente da China. A era de desordem mundial, inaugurada pela invasão do Iraque em março de 2003 e que teve prosseguimento com a invasão do Afeganistão e a promoção das "revoluções coloridas", como as da Líbia, da Síria e da Ucrânia, não reverteu o declínio econômico dos EUA, que tentam manter o seu poder pelo uso unilateral da força militar, da subversão e do controle do petróleo. Contudo, a expansão imperial norte-americana encontrou seus limites com a reação da Rússia, em aliança com da China, que se tornou na maior potência econômica do planeta. Afora, portanto, a possibilidade efetiva de uma guerra hegemônica, o que se coloca hoje não diz mais respeito ao destino da hegemonia dos EUA, que parece selado, mas de como e quando o Rei Dólar cederá o seu trono.