Desde sua criação no final do século XIX, a Orquestra Filarmônica de Berlim era sinônimo de excelência na música de concerto. Gerida por seus próprios integrantes como uma cooperativa, passava por problemas financeiros gravíssimos nos anos de 1930, quando o nazismo ascendeu ao poder. Percebendo a oportunidade de controlar e utilizar o prestígio internacional da gloriosa orquestra em seu projeto de poder, Joseph Goebbels fez o Estado assumir suas contas e programação. Protegida pelos nazistas e gozando de privilégios, a Filarmônica de Berlim empreendeu turnês internacionais antes e durante a Segunda Guerra Mundial e em um sem-número de ocasiões oficiais - desde a convenção anual do partido, em Nurembergue, até a abertura dos Jogos Olímpicos de 1936, ou no aniversário de Hitler. A orquestra aceitou essas vantagens como uma combinação de agradecimento e receio, ao mesmo tempo que buscava justificativas para sua posição no regime. Esta obra oferece um retrato abrangente da relação entre o regime de Hitler e sua grande joia musical. Ao fazê-lo, analisa a posição ideológica dos músicos, a complexa burocracia do nazismo e a intensidade de sua política cultural.