A beleza é uma fagulha do eterno que quando nos fustiga jamais somos os mesmos, nos tornamos sedentos dela. Carregamos sua memória como horizonte possível, capacidade de restaurar o que em nós foi estilhaçado pelo sofrimento, promovendo superação dos dramas humanos. A beleza está presente na vida, na arte e na memória como registro da existência. Dela precisamos tomar posse, pois dela vem a capacidade de elaborar sentimentos e sofrimentos. Toda vida carrega uma poética. Estamos atentos ao milagre de viver e existir. A poética está nas histórias como pequenos museus de afetos que desafiam a estagnação do tempo, sinalizam para além de sua existência, mostrando que a poética tem uma plasticidade no tempo e se revela como movimento no presente, orientando-se para o futuro, mas com raízes fundadas no amor e no afeto que nos constituem, trazendo à tona, a memória que tempo eternizou. Seremos nós, um dia, memórias para quem compartilhou conosco a beleza e a dor do viver. Nossas histórias serão como este livro de Cinthia, que com grande generosidade, amor e afeto às pessoas e ao mundo compartilha histórias de beleza e dor entremeadas pela arte, gerando sentidos. Ela nos mostra que a universidade pode produzir conhecimento, beleza e assombro com estudos sobre dinâmicas familiares à luz de elementos estéticos e semióticos, elementos disparadores de novos modos de enfrentamento. José Eduardo Ferreira Santos Doutor em Saúde Pública (ISC –UFBA) Programa de Pós-Graduação em Família na Sociedade Contemporânea Universidade Católica do Salvador (UCSal) – Acervo da Laje