Em A política do psicanalista: do divã para a pólis Antonio Quinet desenvolve a partir da teoria lacaniana uma orientação política específica para o psicanalista, não como cidadão dentro da sociedade civil, mas a partir do que a teoria psicanalítica ensina. Desenvolve assim a política da falta-a-ser, a do mais-de-gozar e a do não-todo fálico. Seguindo a indicação de Lacan de que “o analista deve estar à alturada subjetividade de sua época”, o livro retoma conceitos fundamentais que articula a clínica com a civilização, como a psicologia das massas de Freud e as paixões exploradas como o ódio e a ignorância e a teoria dos discursos como laços sociais em Lacan. Quinet aponta como o neo-facismo brasileiro utilizou o afeto do “ignoródio” para atacar o saber, estimular o ódio e os ataques aos que se colocam à margem da ideologia dominante. Por último, Quinet atualiza seu conceito de Sociedade Escópica desenvolvido em Um olhar a mais dentro da perspectiva da nossa Era digital e de fake news, nos alerta para o processo de bigbrotherização do mundo e a produção de softidiots para fins mercadológigos e políticos. O livro é endereçado para psicanalistas e estudiosos que se interessem na possibilidade de utilização da psicanálise para uma melhor compreeensão do mundo contemporâneo e sua articulação com as subjetividades de nossa época.