Em sua análise crítica, Wilberth, ao mesmo tempo que lê o poema em close – identificando e conferindo significado a sua métrica, esquemas de rimas, marcas de vocabulário e sintaxe, entre outros –, o amplia através de sua contextualização na produção mais ampla de seu autor ou ainda na de outros poetas a ele contemporâneos, na remissão a outros ensaios críticos sobre o poema ou o poeta em questão, ou ainda na referência a poemas de diversa autoria com que o texto analisado possa ser posto em relação. (...) Já tendo lido avulsamente alguns desses ensaios e até mesmo os utilizado como material em sala de aula, o que a leitura do seu conjunto ressalta em mim é o constante alinhavar do poeta-crítico Wilberth Salgueiro entre rigor e entusiasmo, paixão e técnica. Ana Cláudia Coutinho Viegas (UERJ) / É preciso ressaltar, primeiramente, como Wilberth assimila, no exame de cada nível formal, a lição adorniana de que quanto mais fundo tocarmos o cerne do poema, isto é, quanto mais denso for o protagonismo conferido à linguagem lírica, mais energicamente tocaremos por meio dele o mundo social e a história, com suas violências, opressões, traumas e esperanças. Por isso, a primazia do poema nada traz de formalismos egocêntricos, nada traz de apagamento idealístico do cidadão-intérprete, nada traz, enfim e felizmente, de beletrismo evasivo. Sem descuidar um milímetro dos procedimentos e técnicas que constituem toda aventura artística, Wilberth Salgueiro faz pulsar no poema a sua (dele mesmo, poema, mas também dele, crítico, e nossa!) revolta, seu humor, seu sofrimento e sua indignação cívica e existencial. Marcelo Ferraz (UFG)