O livro O habitar e a relação com a natureza na contemporaneidade. Considerações éticas e ecológicas versa sobre um tema atual, que se impõe a todos nós num momento histórico ímpar, marcado por uma escolha da cultura acerca dos rumos do habitar humano no planeta, o que significa dizer, sobre a relação do ser humano com a natureza. Nosso livro procurou tecer algumas considerações sobre o modo do habitar contemporâneo, inundado por uma irrefletida adesão ao tecnocentrismo e ao consumismo. Para compreender algumas bases e rumos da cultura atual, transitamos pela filosofia, pelos mitos e estórias tradicionais, pela psicologia e pelo imaginário. Nessa circulação, aprendemos que é mister cuidar de estabelecer uma relação de parceria, sinergia, respeito e reverência para com a natureza. A natureza não é uma coisa exterior ao ser humano, alienada de suas mais recônditas e profundas necessidades. Ao revés, a natureza nada mais é do que o canto da Terra, o solo, a seiva vital, donde emerge a cultura, as tradições, os mitos, as utopias. Escutando o pensamento de Leonardo Boff e atentos a uma hermenêutica do habitar inspirados por Martin Heidegger, pudemos entrar na ceara de uma atitude fundamental e de uma faceta ontológica do ser humano: o cuidado. O cuidado é fundamental para a qualquer referência ao humano digna desse nome. Cuidar é um apelo da Terra para a cultura. É inadiável um apelo ao cuidado com o outro, ao cuidado com o meio ambiente, ao cuidado com as nossas relações, ao cuidado com o que estimamos como sagrado, ao cuidado com os rumos da técnica e da finalidade do conhecimento, para que possamos conversar e aprender com a natureza ao invés de simplesmente consumi-la e explorá-la (projeto civilizatório de cunho positivista que, cada vez mais, evidencia-se como insustentável.