A corrupção está no centro dos demais crimes pois é ela quem causa a ausência/desvio de recursos da educação, saúde, segurança pública e acarreta o aumento da pobreza e desigualdade, causando, também, direta e indiretamente, o aumento da criminalidade. Portanto, assim como o tráfico de drogas está no epicentro delitivo no qual os demais crimes de rua/violentos gravitam (homicídios, roubos, furtos, extorsões, latrocínios, etc.), a corrupção é o núcleo para todos demais os crimes detidos como de colarinho branco, dentre eles a criminalidade organizada especializada em lavagem de capitais, fraudes à licitações, desvios de verbas públicas, por exemplo. Assim, a salvaguarda da probidade e do direito à boa administração pública e a sua elevação ao patamar de direitos fundamentais visa assegurar a proteção de todos os demais direitos dos cidadãos, cuja violação fere os pilares da democracia e da própria República, causando inúmeros problemas de ordem social e aumentando sobremaneira a desigualdade já tão presente no cenário nacional. Nesse sentido, como se pôde aferir, a efetivação de tais postulados causa consequências pontuais na vida da sociedade, sobretudo na implementação dos direitos sociais básicos, como saúde, segurança e educação, tamanha sua relevância, afirmando-se, portanto, que a probidade e a boa administração pública são direitos fundamentais e merecem uma dimensão própria e autônoma, a sétima.