Durante a década dos anos setenta, se suscitou, dentro da linguística, um enorme interesse pelo papel da metáfora como sistema convencional de conceptualização que inundava a linguagem cotidiana. Entretanto, ainda quando se assinalasse a estreita relação entre a metáfora e a metonímia como instrumentos cognitivos, não foi senão em data recente que a linguística cognitiva começou a prestar a devida atenção ao estudo da metonímia. Em A Tirania do Significado se utiliza esta figura de linguagem não como meta de investigação linguística, a partir de um estudo reflexivo e crítico da metonímia, mas tomando-a como fundamento de uma doutrina da argumentação, hoje a serviço da ideologia socialista. O autor oferece suas próprias propostas, entre as quais se destacam as seguintes: I – A técnica metonímica de persuasão já era conhecida na antiguidade; II – As terias do consenso servem-se conscientemente ou não da metonímia; III – O recurso à metonímia, como forma de se privilegiar o significado em detrimento da referência, é bastante utilizado nas decisões judiciais e nas matérias jornalísticas. Em suma, o autor se propõe a demonstrar a compatibilidade que existe entre os princípios que presidem a aplicação da metonímia com as mais diversas formas da prática social de viés esquerdista.