Otelo, o Mouro de Veneza, narra a trágica queda do general veneziano. Otelo era um homem de grande prestígio que acabara de casar-se com a bela e jovem Desdêmona, e parecia estar em posição invejável. No entanto, quando seu suposto amigo e criado Iago, ressentido por ter sua promoção frustrada, semeia dúvidas sobre a fidelidade de Desdêmona, Otelo é gradualmente consumido pela suspeita. A felicidade conjugal é arruinada pelas mentiras. Iago trabalha para convencer Otelo de que sua esposa vinha mantendo encontros furtivos com Cássio, seu mais fiel soldado, atiçando sua raiva. Cego de ciúmes, o general não percebe a óbvia manipulação, e cai na armadilha infame de seu confidente que o leva a cometer o mais vil dos atos.
Nesta peça de estranha beleza e notável poder psicológico, onde a inocência é corrompida e a bondade e a felicidade são arbitrariamente destruídas, Shakespeare nos brinda com um personagem que talvez seja a maior expressão dos ciúmes patológicos da história da dramaturgia, dando nome, inclusive, a um transtorno psiquiátrico: síndrome de Otelo.
Otelo é uma das tragédias mais conhecidas de William Shakespeare e tem sido encenada com frequência desde que foi publicada pela primeira vez no início do século XVII.