Carlos Vogt, pensador da cultura e poeta é professor de semiótica e, portanto, busca nos signos a verdade dos significantes e significados. Ele reúne neste volume um conjunto de trabalhos que intitula A Utilidade do Conhecimento. O próprio título o filia ao pragmatismo e o seu ensaio de abertura pergunta A Quem Pertence o Conhecimento? Sua resposta é incisiva- ao homem! Ela não provém apenas de uma reflexão asséptica e objetiva da Sociedade do Conhecimento e dos impactos da evolução das TIC(s). Sua visada é humanista e seu pragmatismo, ético por excelência, decorre, sem dúvida, de seus anos de formação que podemos acompanhar no Álbum de Retalhos e na Memória e Linguagem um verdadeiro Bildungsroman inseridos na interface entre a primeira e a última parte, a que compõe seus artigos acadêmicos. Para Vogt, a utilidade do conhecimento o torna ético e a riqueza gerada por seus produtos deve retornar a quem o produz, para seu bem-estar e sua felicidade, dando-lhe sentido à vida pela via do conhecimento. Em linguagem poética quase sempre, contundente e pertinente sempre, os escritos deste volume envolvem o leitor numa espiral de desafios éticos, tecnológicos e ecológicos que se eleva em uma atmosfera de cultura centrada no homem, esse ser singular dotado de gesto e linguagem, capaz de inovar, indagar, questionar, criando conhecimentos, cuja dinâmica tem como pressuposto a liberdade, a tolerância, a democracia, que, por sua vez, induzem ao respeito às diferenças e ao planeta e o tornam não só cidadão do mundo globalizado, mas também um brasileiro e cidadão.