As listas são a forma primeira e mais fundamental de organização da informação. Mas, paradoxalmente, também a maneira pela qual até mesmo as formas mais complexas de classificação são apresentadas. Menus, sites, catálogos ou outros arquivos regem a cultura ocidental. Há tabelas de santos, enumerações de criaturas fabulosas, inventários de plantas medicinais, relações de tesouros. Existem listas práticas, que são finitas, como os catálogos de livros em uma biblioteca; Outras sugerem incontáveis magnitudes e, portanto, um perturbador senso de infinitude. Em A vertigem das listas, Umberto Eco, um dos mais incensados intelectuais da atualidade, explora questões-chave de cada classificação, oferecendo uma lição importante para a arquitetura da informação. Como criar uma classificação rigorosa? Há apenas um critério para classificar? E, se mais de um, qual escolher? Eco nos lembra, ainda, que o sonho de toda ciência e toda a filosofia, desde as origens gregas, foi conhecer e definir a essência das coisas. Lista-las.A estética das listas passa pela história da arte e da literatura. Mas A vertigem das listas não analisa apenas uma forma literária raramente investigada. Mostra, sobretudo, como as artes são capazes de sugerir listas infinitas, mesmo quando a representação aparece severamente limitada pela moldura. Umberto Eco reflete, nesta bela edição ilustrada, sobre como a idéia dos catálogos mudou através dos séculos. E como, de um período a outro, expressou o espírito de cada era. Com a perspicácia e erudição de sempre, Umberto Eco propõe essas e outras indagações. E, a reboque, tanto os textos antológicos quanto as extraordinárias ilustrações deste livro, nos faz percorrer um surpreendente itinerário. Este ensaio é acompanhado de uma antologia literária e uma vasta seleção de trabalhos arte, ilustrando e analisando os textos apresentados. Uma apaixonante aventura intelectual e sensorial, este volume dá continuidade ao projeto editorial dos livros História da beleza e História da feiúra.