A vida como ela é dispensa maiores apresentações. Já nos anos 1950, quando estrearam, essas histórias de ciúme, obsessão, dilemas morais, inveja, desejos desgovernados, adultério e morte atraíram os leitores, tornando-se um grande sucesso. De lá para cá, a popularidade dos contos de Nelson Rodrigues só fez aumentar com as inúmeras adaptações que sofreram, passando das páginas do jornal a programa de rádio, fotonovela, filme, peça de teatro e até série de televisão. Tamanho era o sucesso da coluna que, em 1961, o próprio autor fez uma seleção de cem contos para publicar em livro, incluindo ali narrativas que ficaram célebres, como “A dama do lotação” e “A coroa de orquídeas”, entre outras. Agora, nesta nova reunião, comemorativa do seu centenário, tentamos escolher textos tão expressivos e representativos de “A vida como ela é...” quanto os da primeira coletânea. E todos inéditos em livro. Aqui o leitor terá oportunidade de conhecer cem outros contos, que garimpamos nos dez anos de publicação da coluna no periódico Última Hora, inclusive o primeiro da série: “O homem do cemitério”. A natureza dessas histórias é visceral, elas partem do comezinho, mas se amplificam num humano profundo, oscilando entre o desespero e a graça — todas com a sutileza e a inteligência de um grande escritor e, sobretudo, comunicador. Leitura imperdível.