As frases aqui coligidas têm uma vida íntima. E às vezes muitas versões. Quem estava lá quando elas foram ditas pela primeira vez? Algumas fizeram longas viagens, com muitas escalas, para chegar até nós. "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura" surgiu a.C., dita em latim, como é o caso também de "Dinheiro não tem cheiro" e "Não entendo patavina". "Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus", foi dita por Jesus, em aramaico. No século V a.C., Heródoto escreveu, em grego, que "é mais fácil enganar a multidão do que um homem só". E foi em grego ou em latim que Pompeu disse que "Navegar é preciso, viver não é preciso". Sobre outras pairam controvérsias. De Gaulle disse mesmo que "o Brasil não é um país sério?". Talvez, não. Mas disse que "não se pode governar um país que tem 246 variedades de queijo". "A maioria dos homens se apaixona por Gilda, mas acorda comigo", resumiu a atriz Rita Hayworth, depois de cinco maridos. Um deles foi Orson Welles. Inimigo das repúblicas e defensor das monarquias, Joseph de Maistre disse que "cada povo tem o governo que merece". Menos de dois séculos depois, Jorge Luís Borges, que mereceu, mas não levou o Prêmio Nobel, acrescentou: "A democracia é uma superstição estatística". Nelson Rodrigues viu no futebol a maior prova de patriotismo: "a seleção é a pátria de calções e chuteiras". E aproveitou para aconselhar os jovens: "envelheçam depressa antes que seja tarde". Beethoven disse que "um gênio compõe-se de 2% por cento de talento e 98% de trabalho". "Maktub" resume a expressão árabe "estava escrito". Mas, se não estava escrito, tornou-se escrita. E vale a escrita!