A Vida literária no Brasil — 1900 é um vasto painel do ambiente social-literário brasileiro entre 1900 e 1914, anos em que saíram as últimas obras de Machado de Assis, as primeiras de Euclides da Cunha e Lima Barreto, os versos de Alphonsus de Guimaraens e Augusto dos Anjos. Ao abordar a literatura em termos de vida social, dando minucioso registro da formação dos homens de letra, Brito Broca reconstrói com maestria o ambiente cultural da belle époque brasileira: a boemia, que já se debatia na agonia; os salões literários, os cafés, as cervejarias e as reuniões à porta de livraria; os raros, mas pouco edificantes escândalos na Academia Brasileira de Letras; as polêmicas apaixonadas e furiosamente pessoais; as modas literárias e o culto de Wilde, Nietzsche, Tolstói, Ibsen, Eça de Queirós e Anatole France; a mania de referir-se à Grécia Antiga e a paixão por Paris. Nada do “1900”, fase de remodelação do Rio de Janeiro, escapa à investigação do autor: das transformações urbanas do “bota-abaixo” à influência da imprensa na legitimação literária, das interseções entre política e literatura às idiossincrasias dos escritores. Nestas páginas, vemos esse “Dom Quixote das letras” restituir vida aos escritores — os lembrados e os esquecidos — de uma das épocas de maior brilho da literatura brasileira.