Aos que vão ler esta história, ou aos ouvidos que vão escutá-la, me apresento: Sou uma visita. Meu nome não importa. Minha cor: não a tenho. Minha raça: todas elas! Minha aparência? Bom, depende da maneira como chego ou de como você me vê, me ouve ou me sente.
Sinto muito, mas não tenho religião, embora conheça Deus.
Sinto muito, mas não tenho nacionalidade.
Sinto muito, mas não tenho partido político.
Sinto muito, caso se importe com isso.
Já me apresentei o suficiente, agora vou contar a minha história: um dia eu estava cumprindo a minha missão e entrei numa escola primária, e depois de percorrer toda a área, vi da janela de uma sala de aula várias crianças, e então diminuí os meus passos e fiquei por algum instante assistindo à aula do lado de fora.
Por um instante eu achei que uma das crianças me viu. Mas como? Eu cheguei quase invisível! Talvez ela olhasse para um mundo imaginário. Que alívio, foi isso mesmo! A partir desse susto, comecei a prestar atenção naquela criança que parecia dispersa, visionária, solitária... o que eu podia fazer por ela? Indaguei-me.
Não sei o que me motivou a querer levar a criança para o meu mundo, por alguns instantes, talvez porque às vezes me sinto só também, ou talvez para que ela visse o mundo do jeito que vejo. Fiquei sem saber o que fazer e então me lembrei da prece. Ora, eu também posso agradecer a Deus pela vida e lhe pedir algo! Então, pedi que me permitisse conduzir meu amigo (se você é crítico literário, descobriu que meu amigo é do sexo masculino) ao meu mundo, e Deus transformou aqueles dez minutos de silêncio em vários dias.
No decorrer da história, você saberá quem sou.