Você sabe o que é esconder um segredo a sete chaves com medo de ser humilhado, rejeitado, caso alguém o descubra? E se esse segredo for uma parte de você mesmo, algo de que você não tem culpa alguma e o desprezo vier de seus parentes e amigos mais próximos? É por isso que muita gente se tranca com segredo e tudo num lugar solitário, sombrio e misterioso: o armário! Mas que sensação maravilhosa libertar-se, livrar-se dos medos e angústias, sair dessa escuridão e, simplesmente, ser o que se é. É essa incontida alegria que emana do livro 'Abrindo o armário - encontrando uma nova maneira de amar e ser feliz', escrito por Julio Wiziack. Para Julio, a homossexualidade nunca foi um problema, mas a homofobia sim: ela "está lá despudorada, segurando aquela bolsinha católica toda vez que me vê caminhando de mãos dadas com meu namorado. Também se faz notar na cara feia para as meninas que se beijam num banco de praça. E melindrosamente se disfarça no instante em que um garoto efeminado ouve não ao seu pedido de emprego". Por meio de uma série de relatos muito sinceros e bem-humorados, Julio nos conta como foi afundar numa forçada relação heterossexual que, por pouco, não terminou em casamento; como foi o momento em que abriu o jogo com o seu pai, cheio de planos para os tão sonhados netos; como foi contar pra toda a família: mãe, irmã, tias e avó; como é assumir em pleno trabalho, encarando chefe e colegas. Em todas essas situações, sair do armário pode ser algo bem complicado, uma tarefa quase impossível para alguns. O incentivo e o apoio vieram de Betina ("a mulher mais bicha que já conheci"), sua melhor amiga (sim, pois todo gay que se preza tem uma grande amiga!). Nessa hora, amigos são muito importantes, mas nada como um bom terapeuta para ajudar a desatar os nós, tocar nos pontos certos e estimular as descobertas.