O mundo do trabalho está em permanente transformação, trazendo sempre desafios aos trabalhadores. Em sua configuração contemporânea destaca-se a exploração da subjetividade nos modos de organização e gestão dos processos produtivos, crescente precarização das relações e condições de trabalho, com severos impactos na saúde mental da classe trabalhadora. A presente obra visa compreender a percepção do transtorno mental relacionado ao trabalho pelo Poder Judiciário Trabalhista. Adota-se para o estudo uma abordagem qualitativa, com adoção de procedimento documental e investigação de dados públicos provenientes de decisões do Tribunal Superior do Trabalho. As informações obtidas nas decisões judiciais foram analisadas de acordo com o método de análise temática de conteúdo. A análise dos dados obtidos no resultado da pesquisa está sintetizada em três núcleos temáticos, quais sejam: 1) a meta é enlouquecer? Quando as cobranças por resultados atingem a subjetividade obreira; 2) nexo causal: o trabalhador no fogo cruzado; 3) o valor do sofrimento mental no trabalho.
Assim, buscou-se observar os impactos da organização do trabalho e dos modelos de gestão empresarial na saúde mental dos trabalhadores, bem como a relação de causalidade entre o trabalho e o adoecimento mental. Por derradeiro, o enfoque na resposta aplicada pelo Judiciário Trabalhista ao fixar o valor das indenizações é objeto de análise e crítica, seja em relação aos valores arbitrados, seja em relação aos parâmetros adotados.
A presente obra é destinada para todos aqueles que se dedicam ao estudo da saúde mental e do direito dos trabalhadores. Destinada para profissionais de saúde e de direito, graduandos, pós-graduados e interessados na compreensão das modificações contemporâneas das relações de trabalho e seus impactos no adoecimento mental da classe trabalhadora.