Dando continuidade ao projeto iniciado com Um enigma chamado Brasil (prêmio Jabuti 2010), que reuniu ensaios de importantes intérpretes do país, os organizadores Lilia Moritz Schwarcz e André Botelho, professores e pesquisadores da USP e da UFRJ, respectivamente, convidaram para esta Agenda brasileira cinquenta profissionais de diversas áreas para contribuir com o debate sobre as principais questões nacionais.
Autores de interesses tão diferentes como o ex-jogador de futebol Tostão e o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, o cientista político Bolivar Lamounier, o crítico de teatro J. Guinsburg, o poeta Eucanaã Ferraz, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha e tantos outros, todos profundos conhecedores em suas áreas, integram a lista dos que aceitaram o desafio de pensar o país a partir de ângulos distintos. A questão dos índios, da periferia, do racismo, da segurança pública e do meio ambiente, entre outros temas, estão na pauta do dia e apresentam, cada um à sua maneira, diversos graus de complexidade. Os artigos foram organizados de modo a serem lidos separadamente, à escolha do leitor. Mas, ao ler o conjunto dos textos, as interpretações ganham outra dimensão, à medida que os temas se conectam e iluminam uns aos outros.
Das consequências nefastas da escravidão e do latifúndio sobre a distribuição de renda da população às mais sofisticadas realizações estéticas das artes plásticas e da literatura, este livro percorre questões relacionadas à natureza multifacetada do que se convencionou chamar de “o povo brasileiro”. Além de um núcleo especialmente dedicado às questões étnicas, os organizadores agruparam as atuais vertentes do pensamento social em grupos temáticos: sociedade brasileira, relações internacionais, cidadania, trabalho, ecologia e minorias, Estado brasileiro, culturas políticas e sociabilidade, incluindo subtemas como futebol e carnaval e, finalmente, movimentos culturais e cultura contemporânea.