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Sinopse
Fruto de uma estadia de dois meses no Rio de Janeiro, em 1930, as Águas-fortes cariocas são o relato das impressões de Roberto Arlt sobre a cidade. Da mesma forma como fazia em Buenos Aires, ele saiu caminhando pelas ruas, pegou bonde, foi a cinemas, visitou o subúrbio, frequentou botecos, hospedou-se em pensões.
Seja em Buenos Aires, seja no Rio, para Arlt as ruas são o lugar perfeito para se conhecer as cidades, pois elas são um “palco grotesco e espantoso onde, como nas gravuras de Goya, os endemoniados, os enforcados, os enfeitiçados, os enlouquecidos, dançam sua sarabanda infernal”.
Roberto Arlt escreve estas Águas-fortes, feliz expressão emprestada das gravuras em metal, com a mesma acidez cáustica necessária para corroê-lo. Ou desancar o bom-mocismo, o bem falar, as belas-letras, os ambientes limpinhos e as boas famílias. Arlt confessa envenenar o próximo; plagiar o leitor que lhe sugere temas; mandar-se depois de apenas trinta minutos de laboro; suar notas — no lugar da manjada transpiração, que complementa a inspiração. Divide a humanidade em viajantes de primeira e de terceira classes. Coloca-se na terceira. Refere-se a si mesmo como desocupado, adjetivo tradicionalmente atribuído ao leitor, desde Cervantes.
Este sucedâneo do flâneur de décadas anteriores escolhe o lado sombrio das ruas da periferia, entra nos prostíbulos fedorentos, frequenta o bas--fond como um vira-lata de sarjeta. Também conhece as moças pequeno-burguesas que procuram marido, os comerciantes tacanhos, as crianças que vivem bocejando de fome. E escreve numa nova linguagem coalhada de estrangeirismos, não como o velho e superado galicista engomadinho, mas como o filho de imigrantes que mastiga as palavras e as gírias de ladrões e prostitutas.
O leitor será guiado pelas pistas de modernização da cidade de Buenos Aires, num passeio histórico no qual ecoa a gritaria da italianada de São Paulo; conhecerá personagens que, em sua pequenez, continuam vivos por aqui ou em qualquer parte, constatando a vocação humana para a insignificância, mesquinharia e mediocridade. A grande surpresa, contudo, esconde-se no final do volume, onde, pela primeira vez reunidas em livro, oferecem-se as Águas-fortes cariocas.
A tradutora e pesquisadora Maria Paula Gurgel Ribeiro descobriu essas pequeninas joias há mais de dez anos, amareladas e esquecidas nas páginas do jornal El Mundo. Laboriosamente copiou-as, à mão, para apresentá-las em sua dissertação de mestrado. Nelas o cronista nos revela hábitos que, hoje, desgraçadamente foram varridos do mapa.
Percorramos, pois, tanto os tempos que se transformam como os que permanecem no continuum da mediocreira, como os que, indelevelmente, foram suprimidos do horizonte. Levados, sempre, por esse filósofo involuntário que faz o esgar do riso congelar na faccia.
Teresa Cristófani Barreto
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9788573214086 |
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Tradutor para link | RIBEIRO MARIA PAULA GURGEL |
Subtítulo | SEGUIDAS DE ÁGUAS FORTES CARIOCAS |
Pré venda | Não |
Biografia do autor | Roberto Godofredo Christophersen Arlt (Buenos Aires, 2 de abril de 1900 — Buenos Aires, 26 de julho de 1942) foi um novelista, contista, dramaturgo e jornalista argentino, natural do Bairro de Flores, filho de pai alemão e mãe italiana. |
Peso | 540g |
Autor para link | ARLT ROBERTO |
Livro disponível - pronta entrega | Sim |
Dimensões | 23 x 16 x 3 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 346 |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2013 |
Código Interno | 708706 |
Código de barras | 9788573214086 |
Acabamento | BROCHURA |
Autor | ARLT, ROBERTO |
Editora | ILUMINURAS |
Sob encomenda | Não |
Tradutor | RIBEIRO, MARIA PAULA GURGEL |