O livro se baseia nas memórias e nas peripécias de Werner Hoodhart, um catarinense de Blumenau de origem alemã, que, nosanos 1940, se alista nas forças germânicas, e acaba num submarino que vasculha a costa brasileira. Num incidente que lembra, ao mesmo tempo, o Macunaíma de Mário de Andrade e o Catatau de Paulo Leminski, mas aqui abordado em clave realista (o que o torna, talvez, ainda mais instigante), acaba desertando por um gole de cachaça. A partir daí, o livro - que se encaixa à perfeiçãona definição de romance histórico -, passa a descrever de maneira detalhada o Brasil dos anos 1940, incluindo o litoralpaulistano, o futebol da época e a cidade de São Paulo (sua geografia, paisagem, personagens, urbanismo e circunstâncias, como a falta de certos alimentos e o uso do gasogênio como combustível alternativo). Cabe aqui destacar que mais de um crítico jáapontou para o fato de que a ficção brasileira costuma ser pródiga em retratar o Brasil agrário (romance regionalista) ou o Brasildas periferias urbanas, mas é falha em abordar o Brasil urbano, no sentido contrário ao das demais ficções contemporâneas (como a norte-americana). Pois Alarm! cumpre esse papel de maneira magistral.