Uma vida: suas dores devastadoras e suas alegrias inesperadas; suas rajadas de brilhante clareza e seus momentos de profunda confusão. Esse é o tema de Alguém para amar, extraordinário novo romance de Alice McDermott, após um hiato de sete anos. Lembranças dispersas — de uma infância curiosa, das descobertas sexuais na adolescência, da maternidade, e, finalmente, da velhice — se reúnem nesta história inesquecível que retrata uma mulher admirável, mas que, ao mesmo tempo, poderia ser nossa mãe, nossa amiga, nossa vizinha ou até nós mesmos.
Logo nas primeiras páginas somos apresentados à Marie Commeford ainda criança: uma menina com óculos de lentes grossas, que observa uma Nova York préDepressão da varanda de sua casa no Brooklyn. A partir daí, Marie conta sua própria história e relembra momentos marcantes, como sua primeira desilusão amorosa e o trabalho como “anjo consolador” de uma funerária; o breve e delicado período em que seu irmão se dedicou ao sacerdócio; seu casamento feliz e o nascimento dos filhos.
A deterioração urbana que destrói o bairro de imigrantes irlandeses de sua infância é paralela à deterioração da saúde de sua mãe e da sanidade de seu irmão. Os gestos de sua jovem vida reverberam
nas tristezas e nos triunfos da velhice.Alguém para amar é um romance totalmente original que fala sobre as grandes verdades da vida à medida que os dias passam, tão únicos quanto inexoráveis.
A magia da história composta por Alice McDermott reside na forma como os eventos narrados com destreza, emoção e um humor refinado refletem nossas próprias lembranças e experiências, compondo um retrato universal de diferentes mulheres, em diferentes épocas e lugares que espelham as emoções, os percalços, as perdas e as alegrias vividas por Marie ao longo do século XX. Alguém para amar marca a consagração definitiva de uma das maiores escritoras americanas da atualidade.