Alguém vai ter que pagar por isso é romance-crônica-conto-reportagem... Tudo junto. Olhar denunciador sobre as agruras dos afastados da sociedade. A vida dessas pessoas se entrelaçando na lama onde foram atiradas, contada com tanta poesia que me lembrou da obra do Juan Rulfo. ´Cidade crônica´ define a narrativa, pois Cidade é uma doença que todos contraímos. Narrativa emocionante, resumo destes tempos quando se refere que ´o céu e o mundo desabam sobre o mundo e todo mundo´. Fiquei incomodadamente encantado. Essas histórias acontecem e são jogadas na lixeira do cérebro, neste mecanismo de sobrevivência que temos para não enlouquecer de realidade."
(Nani, cartunista e escritor)
(...) um grito de frustração com o irracional do nosso sistema de vida, da violência a que somos hora a hora expostos desde a infância à velhice. É um contrassenso testemunhar que realmente vivemos rodeados desse presente insalubre para a alma. A amargura do cotidiano – que é deixada como recibo para o aleatório paradeiro das mortes, das chacinas, da violência – não poderia ser melhor expressada. Grito sufocado na garganta por quem já presenciou muita injustiça. Um texto delicado para assunto duro e verdadeiro, que fere as entranhas. Um soco, um tapa para que se acorde, pois nada disso pode continuar impune.
(Ladyce West, escritora)
Ficção e realidade vão desenhando, aos poucos, um mapa real da cidade. Cenas do horror de todos os dias, retratadas nas páginas de jornal, na voz do rádio, nas falas das pessoas, vidas e mortes unidas numa verdadeira tragédia, cuja impunidade gera revolta e indignação. O texto vai muito além de situações isoladas, pois estão unidas pelos mesmos fatos, a mesma temática e personagens que perpassam os relatos, formando uma grande crônica indignada e crítica de todas as formas de violência da cidade. Em alguns capítulos sobressai o relato; em outros, a ficção. No geral, há uma fusão equilibrada entre eles. A indignação do título está muito presente em todo o texto. (Gentil Corazza, escritor)