Um livro para crianças que imaginam. É um roteiro para conhecer o mundo por meio da imaginação, de forma divertida e livre, através das aventuras cotidianas do irmãos Pétros, Fílipos e Cloé. Crianças que imaginam e se relacionam com todas as coisas por meio da imaginação são os personagens de Alguém viu passar uma imaginação? O cotidiano infantil é abordado de forma inusitada e questões sérias são tratadas com descontração e leveza, como numa brincadeira de crianças, instigante e divertida. As crianças perguntam à própria morte se a morte dói; acompanham o nascimento da irmã e perguntam para que serve um bebê; tentam descobrir as diferenças entre meninos e meninas; querem saber porque os adultos podem tudo. As respostas são dadas a partir das próprias coisas. Um piano explica que desafinar é como ficar doente "a gente quer falar uma coisa e sai outra"; um espelho se gaba de poder ter o mundo todo em si; um caminho filosofa sobre o permanente e o passageiro. As crianças dialogam - e brigam - com uma gramática, aprendem com um dicionário. Encontram o tempo, a memória e o esquecimento. Ao ouvirem música, por exemplo, eles o fazem de maneira especial. "Pétros gostava de olhar todos os sons com atenção: via o tamanho deles, a velocidade com que se moviam e as cores. Já Fílipos sempre começava a mexer o corpo, acompanhando o ritmo de tudo que ouvia. Dançava o canto do passarinho, a freada do carro, o apito do guarda. Na imaginação dos irmãos, tudo era música, para ver ou para dançar." Mas o livro não é apenas um jogo de imagens e palavras. Sua matéria é a imaginação, que cria o mundo e condiciona o exercício da percepção e da memória. E a função essencial da imaginação é tornar visível, fazer aparecer, aquilo que, sem ela, permaneceria invisível ou passaria despercebido. Ela fornece o tesouro de imagens que tornam possível a abstração, fundamento de todas as generalizações.