Almanaque, um vocábulo tão sonoro quanto prosaico, que dá título a singelas publicações. Livretos que já tiveram dias de glória em ambiente familiar, como mais acessíveis e céleres fontes de pequenos conhecimentos ou curiosidades. Numa pesquisa despretensiosa, as citações mais comuns atribuem ao termo almanaque origem árabe. Seria um derivativo de almanack. E o significado da palavra sarracena encontra outras tantas variações. Para alguns, pode-se entendê-la como “a conta”. Há também quem compreenda como “o lugar onde os nômades se reuniam para rezar e contar as experiências de viagens ou notícias de terras distantes”. E, para não estender a prosa etimológica, temos a tradução concisa — e livre — que redunda em “calendário”. O fato é que, mais do que um livro pautado pela cronologia, variações climáticas e lunáticas, oscilações astrológicas ou astronômicas, o almanaque é, sobretudo, aqui pelas bandas ao sul do Equador, um compilado de informações e curiosidades dos infinitos temas e segmentos de interesse global. Sim, pode haver efemérides, fases da lua, previsão do tempo, breves enunciados científicos. Mas nele as anedotas, as amenidades, quem sabe até o fútil — que não é de todo inútil —, convivem em plena harmonia. Essa última versão é a que inspira a obra aqui apresentada. O almanaque eclético, livre de convenções, isento de lastro científico. Uma coletânea de pensamentos, inventos, lamentos, momentos, entremeados pelo humor, pela dor e pelo amor. Mostras da genialidade humana, recordações históricas, símbolos de nossa existência. Razão e emoção. Data venia, senhores leitores, o almanaque em questão pede licença também aos precursores do termo, deixando o tempo e a conta de lado. Assim, para o melhor consumo deste livro, inicie a leitura por qualquer página. Saboreie a liberdade do folhear aleatório.