Considerado um dos melhores tarbalhos de Ignácio de Loyola Brandão dos últimos tempos, A altura e a largura do nada surpreende o leitor, deixando-o intrigado com suas estruturas inusitadas e ritmo incomum. Em cada página, percebe-se a genialidade deLoyola, já comprovada por assíduos leitores em todo o mundo com obras como 'Zero', 'O beijo não vem da boca', 'Não verás país nenhum' entre inúmeras outras. Ao se voltar para a sua cidade natal, Araraquara, interior de São Paulo, Loyola mistura ficção com realidade, envolve o leitor com figuras reais contrapostas a outras imaginárias, reacende a curiosidade sobre mistérios e enigmas, fala de sexo, religião, política e tantos outros temas, sempre com ironia e muito bom-humor. O próprio Loyola comenta: "Voltei para me liberar de fantasmas arquivados, na definição de Fellini. Um dia, perguntaram a ele como via Rimini, sua terra natal, e ele respondeu que era apenas uma dimensão da memória. Quando voltava lá era agredido por fantasmas arquivados. Neste meu novo livro, fui a Araraquara desenterrar mistérios, enigmas, personagens ocultos, histórias que corriam pela cidade, lendas." Os dinossauros que viveram no maior deserto da antiguidade, bem embaixo de Araraquara. O homem que escreveu o maior número do mundo. O padre que enlouqueceu com o striptease de Rita Hayworth, em Gilda. O homem que procura a todo custo medir o tempo. O menino que cresceu com medo de tudo. A cidade vista pelos olhos de figuras tão diversas como um ferroviário e Dona Ruth Cardoso. A trajetória de José Celso Martinez Correa, do Teatro Oficina. A noite em que Tônia Carrero se lambuzou com manteiga. A jovem que esperou a vida inteira por um oficial da Marinha. O dia em que Sartre e Pelé se encontraram sem se verem. Um retrato de como o Brasil e o interior caminharam ao longo de 50 anos.