A Amazônia sempre foi alvo de interesses econômicos associados ao modo de produção capitalista. Com o advento da indústria automotiva, por exemplo, as seringueiras forneciam a matéria-prima para a produção da borracha. O contrabando de mudas para a Ásia fez com que os países imperialistas europeus não necessitassem mais de vir até a Amazônia. Sua importância passou a ser então ligada ao fato de ser um espaço desocupado para empreendimentos políticos. Hitler chegou a cogitar a hipótese de ser a Amazônia um componente do espaço vital do projeto nazista. As riquezas naturais não biológicas despertavam a cobiça de agentes econômicos internacionais. O golpe militar colocou em pauta a necessidade de se ocupar a Amazônia para evitar qualquer iniciativa estrangeira de retirada daquele espaço da soberania brasileira. O processo de ocupação populacional foi um desastre socioambiental. Esse desastre, ainda pequeno em comparação à magnitude da natureza local, tornou-se a justificativa para uma imediata gestão internacional da Amazônia. A imensa floresta assumia o papel de garantidora do equilíbrio ecológico global, numa sociedade internacional cada vez mais preocupada com os impactos ambientais do sistema produtivo capitalista. Com o desenvolvimento do Direito Internacional do Meio Ambiente, a internacionalização da Amazônia torna-se a salvação da humanidade.