Como parte significativa da produção cultural e midiática dos Estados Unidos no Século XX ultrapassou suas fronteiras e alcançou o mundo, levando consigo a imagem de um país e de cidadãos exemplares, cuja forma de viver deveria ser uma referência? Como o consumo midiático de imagens modelares de um padrão de estilo de vida – denominado como American way of life –, foi representado e disseminado através do cinema norte-americano nos anos 1950? De que modo os filmes construíram imaginários sobre este modo de viver idealizado, cujas bases ainda estão presentes em diversas produções? O maior desafio e o maior encantamento deste livro residem na contemporaneidade e na legitimidade dos estudos comportamentais relacionados ao campo da Comunicação e do Consumo. Um patchwork que transita pelo reconhecimento de espaços de fala, de espaços de exibição e espaços de esperança que são depositados na tela de cinema por pessoas sob a perspectiva de “algo melhor”, de identificação, de projeção, de uma vida que deve e pode ser feliz, pródiga, digna e bela, ainda que apenas ali na sala de cinema. Entender o American way of life permite refletir a gênese do conceito de midiatização, ou seja, do espaço em que se fortalece e consolida a internacionalização massiva da comunicação, impulsionada pelas tecnologias, cada vez mais presentes e disseminadas. O que, por sua vez, possibilita pensar na construção do valor modal que parte de uma nação como os Estados Unidos ao longo do Século XX e com especial ênfase nos anos 1950.