Livro premiado e traduzido em diversos idiomas, Anatomia de uma Epidemia aborda a controvertida questão das drogas e tratamentos psiquiátricos. O autor foi impulsionado a escrever sobre o que considera “um tremendo campo minado político” a partir de uma reportagem sobre maus-tratos em pesquisas com pacientes psiquiátricos, como, por exemplo, o uso de medicamentos para exacerbar sintomas em esquizofrênicos ou, ao contrário, para privá-los de antipsicóticos.Ao escrever uma série de reportagens sobre esses experimentos, Whitaker estava convencido de que novas drogas psiquiátricas eram desenvolvidas para ajudar a “equilibrar” a química cerebral e que seria antiético retirar a medicação dos pacientes experimentalmente. Ao se aprofundar na questão, no entanto, esbarrou com descobertas da Organização Mundial da Saúde, “que parecia haver encontrado uma associação entre os resultados positivos (no tratamento de esquizofrênicos) e a não utilização contínua desses medicamentos”. A partir daí, dedicou-se a uma “busca intelectual” que originou esta obra. “Estas páginas falam de uma epidemia de doenças mentais incapacitantes induzidas pelos fármacos”.