Virou rotina encontrar pessoas atarefadas, apressadas e sempre com algo a fazer. Ao se indagar, em um simples encontro no meio da rua ou em outro lugar qualquer, como alguém está, é bem provável ter como resposta: uma grande lista de atividades e a consequente lamentação pela falta de tempo. O mundo contemporâneo traz a ideia que o tempo é precioso e, portanto, não pode ser desperdiçado com nada que não seja considerado produtivo. Mas o que seria essa produtividade? Não é necessário pensar muito para responder que é algo que possa ser traduzido em consumo: o TER é mais importante que o SER. Assim, como consequência, o conhecido como mal-estar contemporâneo é o efeito dessa perda de contato do sujeito com seu Eu, transformando a subjetividade em um artigo de luxo a que poucos tem acesso. A angústia é a resultante desse processo. O que busco com esse livro são respostas às questões que nos debatemos na atualidade através de um passeio por temas que navegam pelas aflições contemporâneas, pela angústia sob o olhar da filosofia e da psicanálise e por uma visão, através da teoria de Freud e D Winnicott, do trabalho como uma forma contemporânea de angústia. Em poucas palavras, espero que esse livro ajude os leitores a entender o que faz um sujeito se privar de prazeres básicos da vida, como lazer, relacionamentos, família...para se consumir em atividades à ponto da exaustão física e mental, culminando em um burnout.