Este livro apresenta aos interessados releituras de autores antigos sob a perspectiva do que era considerado outro (em contraste com a identidade) e/ ou passagens de obras que representem exemplos de estranhamentos na Literatura Clássica, com o fito de poder estabelecer um diálogo produtivo e crítico com informações e impressões veiculadas tanto por gregos e romanos, como também por estudos de nossa época que considerem o tema. Semelhante proposta traz à baila a persistência de um lugar comum: o de que o legado da cultura greco-romana seria algo distante e com o qual não seria possível estabelecer um diálogo mais próximo, para que fosse possível surgirem indagações e reflexões a respeito de homens e mulheres que nasceram e morreram há milênios, bem como para tomar em consideração valores depreendidos e, em muitos casos, tidos por estranhos à contemporaneidade. Procurar fornecer material de reflexão apurada para questões como essas foi, de certa forma, um dos principais motivadores do livro Antigos estranhos: alteridade e diversidade no Mundo Clássico, além de tentar responder a outras mais, como por exemplo: sob que formas o campo dos estudos clássicos pode apresentar, sob a perspectiva do eu e do outro, exemplos de estranhamentos na Literatura Clássica? Em que medida se dá o diálogo dos clássicos com nosso tempo? O confronto e o cotejo podem produzir novas questões, entendimentos e até encaminhamentos?
O objetivo primordial do livro é, por isso, apresentar as perspectivas de professores, pesquisadores e estudiosos, pertencentes a várias instituições nacionais de pesquisa e ensino superior, que procuraram trazer seu contributo na forma de passagens de uma ou mais obras da Literatura Clássica – grega ou romana antigas – em um entrelaçamento explícito ou implícito com questões do mundo contemporâneo, como são as de identidade, alteridade, diversidade e estranhamento.
(os organizadores)