O cineasta e escritor Antonio Carlos da Fontoura conta ao também escritor Rodrigo Murat que, certo dia, caminhava por uma estrada que não sabia aonde ia dar. Sentou-se, então, para descansar um pouco, quando ouviu pelo rádio de um boteco Erasmo Carlos cantando- 'Estou sentado à beira de uma estrada / que não tem mais fim'. Murat escreve- 'É mesmo longa a estrada de Fontoura'. O livro-depoimento 'Espelho da alma' cobre boa parte dessa longa caminhada empreendida por Fontoura. Inclui-se aí o seu trabalho como dramaturgo e ator no Centro Popular de Cultura (CPC), ao lado de Oduvaldo Viana Filho e Armando Costa, sua tentativa frustrada de seguir carreira como geólogo, o lendário curso sobre as técnicas de cinema direto feito com o sueco Arne Sucksdorff, curso que inspirou toda uma geração de cineastas e documentaristas brasileiros, sua experiência com Eduardo Coutinho em Cabra Marcado Para Morrer, o trabalho como critico de cinema ao lado de Glauber Rocha no Diário Carioca, a parceria com o grupo Opinião e, dentre muitas outras coisas, sua carreira com roteirista e diretor de cinema e televisão.