Até as últimas décadas do século vinte, os estudos antropológicos em dança estiveram, em sua maioria, restritos às danças referidas como “outras” em relação às danças teatrais europeias e norte-americanas. A etnografia era a abordagem preferida para estudos em dança que demonstrassem interesse acadêmico por gêneros que fossem rotulados como primitivo, folk, tribal, social, popular, nativo ou, simplesmente, não europeu-americano. O desafio da Antropologia da Dança no século vinte e um não é apenas o de empregar o método etnográfico para investigar a dança, mas também o de apontar uma nova linha de investigação capaz de revelar como e porque a dança pode funcionar como ação social discursiva e afetiva de uma ordem humana particular. A chave para a abordagem antropológica da dança é a busca pela compreensão e pela comunicação do “êmico”, ou seja, a perspectiva dos participantes. A perspectiva êmica pode mudar com o tempo, assim como variar de pessoa para pessoa e é esse conhecimento que os etnógrafos contemporâneos da dança revelam aos seus leitores.“Os conceitos relativos à dança variam consideravelmente segundo as culturas e as línguas do mundo. Algumas línguas não possuem termo genérico para essas atividades que chamamos de dança, mas denominações específicas para cada tipo de dança.