Dedicado a compreender a importância das vestimentas como cultura material no termo da vila do Carmo, posteriormente chamada Mariana, entre 1693 e 1755, este livro aborda as roupas e alguns outros artefatos integrantes das aparências, contemplando-se sua materialidade e as representações e práticas relacionadas a esses objetos. A investigação, baseada em fontes diversas, produzidas ao longo dos séculos XVII e XVIII, como inventários, testamentos, leis pragmáticas, manuais de civilidades, literatura de cordel e relações de festas e viajantes, se prende às diversas formas de interação dos indivíduos e grupos para com esse conjunto de coisas, bem como às relações estabelecidas através desse mesmo, no cotidiano. Interessa refletir acerca da importância e dos significados sociais e culturais que o ato de vestir o corpo assumia no cotidiano de uma sociedade escravista que possuía características de Antigo Regime. Trata-se de uma tentativa de captar os efeitos das roupas e das aparências nas percepções dos sujeitos, observando-se as sensibilidades nelas imbricadas, as quais estavam envolvidas pelos significados práticos e simbólicos desses elementos materiais da cultura na região e época em questão.