Autobiografia de um dos maiores nomes do teatro e da teledramaturgia nacional, em Apenas um subversivo Dias Gomes relata sua vivência política e familiar e os bastidores da vida profissional. Em Apenas um subversivo, Dias Gomes apresenta seu lado família, sua relação com a política, sua vida nos bastidores do teatro, do rádio e da televisão. Narra desde os tempos da Bahia, sua terra natal, a vinda para o Rio de Janeiro, a temporada em São Paulo, passando pela ditadura militar e os anos subsequentes.Assim como seus textos ficcionais, marcados pelo humor e pela ironia, Apenas um subversivo tem um tom descontraído em relação à sua obra, carreira e vida. O título foi dado em referência irônica ao xingamento recebido quando sua peça O berço do herói foi censurada por Carlos Lacerda, durante a ditadura militar: “Nelson Rodrigues é só pornográfico. Dias Gomes é pornográfico e subversivo!” É também uma ironia que o autor faz consigo próprio, e essa capacidade de falar de si de forma crítica, sarcástica até, revela-se uma de suas grandes virtudes.Dias Gomes revolucionou o teatro brasileiro, mesclando o cotidiano da classe trabalhadora, seus dramas, suas lutas com tramas fantásticas. Autor de personagens plurais e que abordavam o contexto político e social da época, Dias Gomes fez de seus textos armas poderosas. Neste Apenas um subversivo, no centro do palco, o dramaturgo narra suas memórias, quase como um diário, tentando decifrar quem ele é. “Autobiografias costumam ser a expressão egocêntrica de alguém que se compraz com a contemplação de si mesmo. Muitos desses autores parecem escultores dedicados a esculpir, com todos os retoques possíveis e impossíveis, a estátua impecável, mítica, indiscutível, destinada à posteridade. Felizmente Dias Gomes soube, com admirável competência, evitar essas conhecidas trampas do gênero autobiográfico. Apenas um subversivo é um livro exemplar, que redimensiona a autobiografia, subvertendo seus contornos convencionais.” Eduardo Portella“Mais do que um livro de história ou de memórias, Apenas um subversivo tem tom de romance, em que personagens da vida real com os quais o autor se encontra são descritos como se fossem de suas peças ou novelas. Sua imaginação tem ‘caráter compulsivo’, admite, mas está sempre em busca de uma boa história que leve à verdade. Nada mais subversivo.” Laura Mattos