Já sonhou em largar sua vida, seu emprego, os engarrafamentos e todos os estresses da metrópole e mudar-se para uma pequena e remota ilha no sul do Pacífico? J. Maarten Troost e sua mulher fizeram exatamente isso. Com uma vida bem-sucedida nos Estados Unidos, eles jogaram tudo para o alto e mudaram-se para o arquipélago de Vanuatu, na Oceania. O resultado dessa inusitada experiência está no bem-humorado 'Aprendendo com os selvagens - Uma viagem pelas ilhas Fiji e Vanuatu', uma divertida e surpreendente memória de viagem. O olhar de Troost para os países da Oceania é semelhante ao dos primeiros ocidentais que chegaram às ilhas. O desconforto com o clima quente e úmido, a precariedade dos serviços de aviação locais, a dificuldade em compreender algum dos 113 dialetos de Vanuatu não impedem que ele se integre à população e descreva suas descobertas com o mesmo tom aventureiro dos romancistas clássicos, dos quais copia o estilo - em vez de dar título a cada capítulo do livro, ele monta breves sinopses que antecipam seu conteúdo. Enquanto Sylvia trabalhava em uma organização humanitária, Troost faz observações sobre a vida nos arquipélagos, visitando as ilhas e pesquisando antigos costumes dos nativos, como o canibalismo. O casal já havia vivido dois anos em outro arquipélago, Tiriaki, mas vai descobrir que cada país tem características únicas, igualando-se apenas na exuberância das belezas naturais. Em passagens hilariantes, o autor mostra como os povos da Oceania convivem tranqüilamente com a corrupção administrativa, embriagando-se de kava, a bebida alucinógena que só se equipara ao rugby como paixão nacional. O tom irônico da narrativa é mais dirigido aos preconceitos ocidentais em relação a culturas totalmente ignoradaspela maioria dos europeus e norte-americanos do que aos costumes dos povos da Oceania.