ARQUEOLHAR

Em 'Arqueolhar', Alexandre Marino dá vida a ícones de sua infância, vivida em Passos, interior de Minas, na década de 1960. O homem quarentão reencontra personagens que marcaram sua vida, percorre antigas ruas, convoca o menino e ambos dão vida a seres inanimados, guardados em porões e na memória: pedras, relógios, brinquedos, frascos vazios. Arqueolhar não é, no entanto, um livro de memórias nem foi escrito com intenções nostálgicas. O autor o descreve como uma espécie de "arqueologia da infância", uma escavação no fundo do quintal, como fazem as crianças com o objetivo de encontrar, de repente, o esqueleto de um dinossauro. Ao mesmo tempo, um gesto maduro, do homem que investiga seus porões pra compreender aquilo que, desde sempre, o move.