Este livro reúne um conjunto de textos em que um arqueólogo se interroga sobre o que significa a ciência e a actividade a que se dedica, tanto como uma forma de conhecimento como enquanto serviço prestado à construção de um património colectivo. Dirige-se, naturalmente, aos arqueólogos e interessados na disciplina, mas, muito particularmente, procura estabelecer uma ponte com todos os outros - aqueles que, estando fora desta área, querem entender o que nela se passa, tanto em geral, como no nosso país em particular. Cremos que se trata de um livro que fazia falta - porque a arqueologia tem sido muito mediatizada nos últimos anos, mas nem sempre o público dispõe dos elementos de reflexão, feitos pelos próprios especialistas, numa linguagem acessível, que lhe permitam formar uma opinião mais abalizada. Evidentemente que as perspectivas aqui apresentadas são discutíveis, e visam precisamente abrir o debate, longe de qualquer dogmatismo. Mas um debate sereno, e tendo em atenção que o património arqueológico é um recurso de todos nós, que não pode ser desperdiçado. E que, portanto, interessa ao conjunto dos cidadãos.