AS LÍNGUAS SÃO PARA OUTRAS COISAS

Uma poética por vezes lírica, por vezes crua, sobre as possibilidades do desejo e dos encontros e desencontros de um corpo com outro corpo. Se este corpo é o de uma mulher, as experiências que ele carrega e que passam por ele provavelmente já foram estigmatizadas ou censuradas. E se a poesia pode ser uma brincadeira que excita, a que o leitor tem em mãos traz palavras que orbitam essas experiências – nem sempre contadas – e as transformam em um olhar aberto e lúcido sobre sexualidade, maternidade, infância, vida e morte.

O destino inevitável de um corpo é envelhecer. As línguas são para outras coisas nos lembra que esse é um processo bonito, pois por ele desfilam paixões e amores também inevitáveis e traições a que todos, em algum momento, cedemos. Um livro que aponta para as vontades – secretas, subjetivas, contraditórias – da nossa vida comum.

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"O que me atrai na poesia de Claudia Schroeder é a sua extrema habilidade e elegância ao percorrer cenas e alvos almejados. Situações supostamente corriqueiras ganham brilho, viram joias desejadas. A autora nos dá imagens fortes e, com maestria, nos excita, nos relembra e adverte. Digo ; pois, inesperadamente, me vi tomada por emoções e latejos já guardados no tal cofre... Na sua mão, tudo vira prova irrefutável do que afirma."
— Marina Lima

"A poesia de Claudia Schroeder está vinculada de maneira íntima ao corpo, um corpo que se deleita com as pulsões da carne (daí sua alta sensualidade), um corpo que se desdobra e sofre, submete-se ao tempo não sem assombro, mas que se expande com grande vitalidade nas relações com os outros e com o mundo, entre familiar e social, iluminando com afeto os seres que vão e que ficam ao longo de sua trajetória. Uma poesia escrita com precisão, com uma linguagem seca, mas capaz de rasgos súbitos de beleza, num projeto poético que se lança destemidamente em direção aos lugares mais fundos de nossa condição.

As Línguas são para outras coisas mostra um poeta em constante evolução, capaz mesmo de superar o já excelente As partes nuas."
— Pedro Gonzaga