Historiadora, Margareth Rago reúne neste livro importantes artigos redigidos entre 1993 e 2020. Os títulos aqui reunidos pela primeira vez permitem-nos seguir um itinerário de maestria da acadêmica e escritora de renome. Os ensaios mostram vitalidade e diversidade na perspectiva teórica e no desenvolvimento dos itens escolhidos, entre os quais se destacam feminismos, subjetividades, sexualidades, cidades e anarquismos. A preocupação com o tempo presente para o qual a história está sempre voltada, mesmo quando fala do passado, é um marco da posição da Professora que caminha por entre deslocamentos e rupturas. Assinala sua escolha pela filosofia da diferença, pelo entendimento do discurso como materialidade e sempre pela perspectiva feminista na qual combina filosofias atuais com crítica histórica. Assim substitui certezas fáceis por questões bem informadas e instigantes. “O anarquismo é mais um caminho do que um fim”, diz Luce Fabbri, anarquista italiana, de quem Rago traça a biografia, entrada para um panorama deste movimento pouco conhecido em seus meandros. E ainda passagem para um último tema, a arte de mulheres contemporâneas que, como afirma Rago, “questiona possiblidades e desdobra dimensões feministas”. Um livro imperdível.