Tudo começou quando o déspota Imperador Qin Shi Huang decidiu construir uma sólida muralha para proteger o império das tribos nômades oriundas da Mongólia e da Manchúria, obrigando homens de todas as partes da China a virem construí-la. – Esta muralha será tão colossal que poderá ser vista da lua! – almejava o Imperador Shi Huang, entalado em seu trono. – E tão extensas serão suas descomunais escadarias que os visitantes só conseguirão subir os degraus de quatro, com as mãos no chão como quadrúpedes. Dia e noite, os trabalhadores transportavam cargas pesadas de terra, pedras e tijolos sob açoites dos terríveis chicotes e maldições de seus mestres. Mal recebiam para comer, as roupas que usavam viravam farrapos, e muitos deles morriam soterrados ali mesmo, quase todos os dias, em meio a pedras, tijolos, terra batida, madeira e demais caliças. Mas a construção prosseguia, impiedosa e prosperamente. Entre os sofridos trabalhadores do grande Imperador Shi Huang havia um jovem chamado Wan Hsi-liang-se. De rara beleza e ainda mais rara virtude e lealdade, sua mulher chamava-se Meng Chiangnu. Desde que seu marido fora arrancado à força de junto de si em prol do paredão, Meng Chiang-nu nunca mais soube dele – e nunca mais teve paz.