Quando Aristóteles define o homem como um “animal político”, enfatiza o que separa a Razão grega à sua época da de hoje. Se o homo sapiens é, a seus olhos, um homo politicus, isso se deve ao fato de que a própria Razão, em sua essência, é política.
Em As origens do pensamento grego, tomamos conhecimento de como, embora estivesse atrelada ao mito, a Razão não apenas se desvinculou dele, mas também o ultrapassou, logrando, com isso, a constituição daquilo que conhecemos como a Filosofia. Desse modo foi possível o surgimento da Polis e do debate político, que passa a ser vivenciado na Ágora, símbolo maior da troca não só de mercadorias, como também de idéias.
Para o pensamento grego, se o mundo social deve estar sujeito ao número e à quantificação, a natureza representa notadamente o domínio da proximidade, e não da exatidão geométrica. Por mais paradoxal que pareça, os gregos começaram a se conhecer melhor por meio do contato — principalmente o comercial — com o Oriente. Desse modo, conhecendo-se melhor, passaram a ter a devida noção de sua pretensa superioridade sobre o mundo “bárbaro” com o qual passaram a lidar.
Dividido em oito capítulos, As origens do pensamento grego aborda: A Realeza Micênica; A Crise da Soberania; O Universo Espiritual da Polis; A Crise da Cidade e os Primeiros Sábios; A Organização do Cosmos Humano; Cosmogonias e Mitos de Soberania; e A Nova Imagem do Mundo.