Ryad, um jovem e indolente estudante universitário parisiense de 20 anos, chega a Argel com o objetivo de completar seu estágio, que consiste em esvaziar a lendária livraria As Verdadeiras Riquezas e em se desfazer de todos os livros. Ryad não gosta de leitura e quase tem medo da escrita; para ele, os livros são apenas uma fonte de ácaros e poeira. Dessa forma, ele encara essa experiência como uma desagradável tarefa que lhe é imposta. Contudo, uma vez instalado na livraria, o jovem, inevitavelmente, mergulha na atmosfera imensamente evocativa do lugar e, por meio dos livros com páginas amareladas, cujas pilhas abarrotam o minúsculo espaço, e das inúmeras fotos desbotadas ainda penduradas nas paredes, descobre aos poucos a excepcional experiência humana de Edmond Charlot, que, em 1936, aos vinte anos, montou a livraria e, pouco mais tarde, as Éditions Charlot. O local funcionava como um ponto de encontro de um extraordinário grupo de aspirantes escritores que incluía, entre outros, Albert Camus, Jean Giono, Saint-Exupéry e André Gide. Nessa experiencia, Ryad é acompanhado pelo velho Abdallah, o último livreiro de As Verdadeiras Riquezas, uma espécie de guia espiritual que se recusa a deixar o lugar. Essa história, uma combinação de eventos reais e invenção literária, é contada através de uma série de saltos entre passado e presente, usando os diários de Edmond Charlot como fio condutor. O romance é a história de uma paixão infinita pela literatura que se desenvolveu ao longo de eventos históricos e dramáticos, como a Segunda Guerra Mundial, o colonialismo e a guerra de independência da Argélia. As verdadeiras riquezas é um livro para quem ama os livros.