Historicamente, o desenvolvimento da atividade agrícola nos trópicos é limitado pelo aparecimento de uma comunidade de plantas extremamente agressiva e diversificada, conhecida pelo nome de plantas daninhas. Especificamente na região Amazônica, são denominadas de ´juquira´. Essas plantas impõem perdas expressivas à produção e reduzem a lucratividade e a capacidade competitiva dos empreendimentos agrícolas. São o principal problema de ordem bioeconômica a restringir os investimentos agropecuários e representam o principal componente dos custos e mantença das lavouras e pastagens. Em que se pese sua importância para o sucesso da atividade agropecuária, as plantas daninhas ainda são meras desconhecidas de muitos dos diferentes segmentos do setor primário e, não raro, sequer são objeto de estudos em cursos de formação de profissionais em muitas universidades, faculdades ou mesmo escolas secundárias profissionalizantes. Essas condicionantes dão uma ideia do abismo que separa a importância real das plantas daninhas e o nível de preparo que nossos profissionais trazem em suas formações com referência aos aspectos biológicos, culturais e de manejo dessas plantas. Adicionalmente, observa-se a falta de literatura que permita, aos interessados no assunto, acesso a informações seguras e confiáveis que possam fazer a diferença no enfrentamento da problemática do manejo de plantas daninhas. A Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas, no ano de seu cinquentenário, e entendendo que pode contribuir para preencher a atual lacuna existente, reuniu seu quadro de cientistas associados e lança seu primeiro livro - 'Aspectos da Biologia e Manejo das Plantas Daninhas'. As diferentes informações aqui reunidas representam considerável estoque de dados armazenados nesses cinquenta anos em que a Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas tem contribuído para o conhecimento e a convivência harmoniosa entre plantas daninhas e plantas cultivadas.