A obra que chega às suas mãos trata, numa visão inter-relacionada, das condutas assediosas e do processo coletivo estrutural como mecanismo de combate. O assédio moral tem deixado um rastro de dor e sofrimento, infelicitando a vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo. É um drama que ultrapassa as fronteiras do direito. Mas não é possível desafiá-lo sem a contribuição da instância jurídica, em suas mais amplas dimensões. Para tanto, impõe-se sensibilidade e ousadia. Exige-se sensibilidade para perceber a natureza singular do processo coletivo no seu enfrentamento; ousadia para permitir superar preconceitos e afastar determinados esquemas mentais prisioneiros de uma visão excessivamente individualista do processo. O combate às práticas de assédio moral no âmbito da jurisdição trabalhista é um campo fértil para intervenção estruturante pela via das demandas coletivas, na medida em que prioriza a reestruturação interna do modelo organizacional, a fim de impedir que a degradação do meio ambiente comprometa a saúde e a segurança dos trabalhadores. Nesse modelo de atuação, além da busca de reparações pecuniárias e das incontornáveis e relevantes obrigações de fazer e de não fazer, está a necessidade de adotar estratégias e providências para alcançar o fundo causal que lhe deu ensejo, recompondo-o.