Em seu trabalho investigativo em busca da verdade histórica, Fritz Teixeira de Salles desvendou de modo contundente a contribuição das irmandades religiosas para a economia e o bem-estar da sociedade mineira do século XVIII, em Ouro Preto. Associações Religiosas do Ciclo do Ouro também se empenha em esclarecer o papel da Igreja na castração dos valores estéticos e culturais da comunidade de escravos, ao mesmo tempo em que submete a uma análise objetiva o problema da representação, pelo chamado barroco mineiro, do pensamento e da ação do povo como tal na Minas da louvação aos códigos religiosos do Brasil Colonial. O estudioso desse capítulo de nossa história e cultura e o leitor em geral encontrarão, neste livro que a editora Perspectiva lhes apresenta, elementos valiosos para uma visão mais ampliada e aprofundada da estética do barroco e da historiografia brasileira, como confirmam as abalizadas opiniões de Caio Boschi: O resultado do trabalho de Fritz Teixeira de Salles traduziu em original e instigante texto, tornando-se, desde então, obra de consulta incontornável, seja para o conhecimento do tema-objeto que o título anuncia, seja, principalmente, para boa compreensão da realidade sócio-histórica mineira, tanto do Dezoito como dos séculos posteriores ; e de Carlos Drummond de Andrade: Fritz Teixeira de Salles, ensaísta, crítico, professor, poeta, quixote irresistível, dava testemunho do lado inconformista de Minas Gerais. Era um homem que repensava as ideias adquiridas para substituí-las por outras que surgissem de sua reflexão e de seu amor à liberdade e à justiça. Por isso mesmo, dizia-se ‘pária guerrilheiro’. (...) Inquietação constante marcou a sua vida; inquietação nobre dos que não se conformam com o torto e querem ver unidas beleza e verdade .