Em 'Um Ator Errante', Yoshi Oida relata sua experiência ao lado de Peter Brook na criação e desenvolvimento do CICT (Centre International de Créations Théâtrales) no final da década de 1960. Oida participou de diversas montagens com o grupo, dentre as quais Tímon de Atenas, Orghast, A conferência dos pássaros, Os Iks e O Mahabharata. O texto de Yoshi Oida dá provas de seu intenso respeito pelo teatro, observando sua prática a partir de uma perspectiva espiritual. Mais do que apresentar técnicas e teorias, o autor divide suas percepções do trabalho de pesquisa com sutileza e detalhes, expondo suas inseguranças, dúvidas, descobertas, conquistas e fracassos. Ele nos mostra de que maneira a relação com o sagrado e as técnicas tradicionais ocidental e oriental influenciam este tipo de manifestação artística, apresentando não só os resultados de suas experiências com a companhia de Brook, mas também sua reclusão em um monastério budista, onde desenvolveu um trabalho sobre voz e movimentos na cultura oriental. 'Um Ator Errante', mais do que tratar de arte dramática, propõe a todos uma reflexão sobre o teatro que, para o autor, não é uma "entidade independente", mas algo precioso, capaz de proporcionar uma "ligação invisível entre os homens".