Este livro, como os anteriores, tem capítulos muito instrutivos. Vou destacardois meus. Em um, descrevemos nossas observações de que os renaisterminais continuam a emitir urina, em geral ácida, com proteinúria e glicosúriavariáveis, além de outras substâncias que não medimos. Constatei que FranzVolhard estava errado, a isostenúria por ele descrita não existe. Os renais crônicosdiminuem sua capacidade de diluição e de concentração. Quanto à diluição,não conseguem emitir urina com densidade próxima a 1.000, mas comumenteemitem urina com densidade igual ou inferior a 1.005. Quanto àconcentração, emitem urina geralmente inferior a 1.015, próxima mas nemsempre igual a 1.010. Em outro, mais relevante, porque afeta a todos, mostreique as duas causas mais importantes de doença renal crônica são, na ordem, ahipertensão arterial e, em segundo lugar, o diabetes. A hipertensão é mais importante,porque costuma agravar o diabetes. Está havendo aumento contínuodo tempo de vida das populações. O Brasil atingiu a média de 75 anos, e oJapão, acima de 84 anos. O número de pessoas com mais de 100 anos, vivas elúcidas, está aumentando progressivamente, inclusive no Brasil. Como a hipertensãoe o diabetes podem deixar de produzir doença renal crônica? Bastamanter, “hereditariamente” ou com remédios, a pressão arterial sempre abaixode 115/75mmHg e a glicemia sempre inferior a 126mg/dL. Controlar a hipertensãoé mais fácil, basta usar um diurético, sendo o melhor a clortalidona e,entre os hipotensores, remédios que bloqueiam o sistema renina-angiotensina--aldosterona. Para os diabéticos, até o momento, é mais difícil. São necessáriasmuitas mudanças no comportamento do paciente.Jenner